terça-feira, 10 de março de 2009





















eu sou apenas alguém
ou até mesmo ninguém ,
talvez alguém invisível que
a admira a distância sem a menor
esperança de um dia tornar-me visível .
E você ? você é o motivo do meu amanhecer ,
é a minha angustia ao anoitecer,
você é o brinquedo caro e eu a criança pobre,
o menino solitário que quer ter o que não pode ,
dono de um amor sublime mas culpado por querê-lo,
como quem a olha na vitrine mas jamais poderá tê-la .
Eu sei de todas as suas tristezas e alegrias mas você nada sabes .
Nem da minha fraqueza, nem da minha covardia,
nem sequer que eu existo . É como um filme banal,
entre o figurante e o ator principal.
Meu papel era irrelevante para contracenar no final.

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